Inteligência, a nova riqueza das nações | Capítulo 1

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Este post faz parte de uma série produzida pelo Instituto Alfa e Beto que irá desvendar em 20 capítulos a inteligência. Todas as segundas-feiras são publicados novos artigos neste espaço. Acompanhe! Clique aqui e veja todos os posts já publicados. Para ver o índice completo da série, clique aqui.

São irrefutáveis as evidências a respeito da importância da inteligência para os indivíduos, para as empresas e para o desenvolvimento de um país. Essa importância está se tornando cada vez maior na sociedade do conhecimento, também chamada de economia cognitiva. As decisões que um país ou um indivíduo tomam ou deixam de tomar, com base no que sabemos sobre inteligência, têm enorme implicação sobre a vida das pessoas, das empresas e da sociedade.

As pessoas mais inteligentes – de modo geral – logram melhores resultados nas escolas, melhor desempenho no trabalho, têm acesso a melhores salários e oportunidades¹. As empresas se tornam mais competitivas quando seu capital cognitivo aumenta e as ajudam a criar valor². Os países também se desenvolvem mais e crescem mais rapidamente na medida em que possuem populações mais inteligentes.

Até pouco tempo atrás se considerava apenas o aumento dos anos de escolaridade como medida do valor do capital humano de um país. Mais recentemente descobrimos que fatores como a quantidade de pessoas em cursos e atividades na área de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (também conhecida pela sigla internacional STEM) fazem diferença na capacidade de geração de riquezas de um país³. Mas maior diferença ainda faz a existência de uma sólida elite intelectual, identificada pelo nível cognitivo dos 5% melhores da população4. Hoje há robustas evidências de que o aumento da inteligência do conjunto de habitantes de um país, e especialmente o tamanho e qualidade de suas elites, não está apenas associado com o crescimento econômico: eles geram taxas mais elevadas de crescimento econômico5.

O desempenho do Brasil em indicadores de qualidade da educação, de capital cultural e de taxa de crescimento econômico, tem sido muito inferior ao do resto do mundo, especialmente quando comparado com países que estavam em níveis similares de desenvolvimento há algumas décadas, como a Coreia ou mesmo a Argentina. Já um grupo de países asiáticos vem demonstrando ao mundo que não existe fatalidade devida ao QI: o que existem são formas conhecidas de aproveitar melhor o capital humano e tornar as pessoas mais produtivas.

Mas afinal, o que é o QI? Ele existe? É algo imutável ou pode mudar? Como se pode aumentar o QI de um indivíduo ou de um país?

Esta série de artigos que se inicia hoje apresenta informações sobre o tema inteligência, com o objetivo de suscitar, contribuir e enriquecer o debate. Vamos discutir o conceito de inteligência; falar de fator G; definir QI e suas características; discutir os limites da plasticidade cerebral e modificabilidade do QI; tratar da importância de habilidades não-cognitivas, como o controle executivo e as habilidades socioemocionais; mostrar evidências a respeito da relação entre QI e os vários indicadores de desempenho das pessoas na escola e na vida; e destacar a importância dos países promoverem oportunidades para todo, mas especialmente se ocupar de criar e cultivar elites intelectuais de alto nível como instrumento para o crescimento econômico. Também vamos analisar os momentos e tipos de intervenção mais eficazes, de acordo com as evidências disponíveis.

Os artigos serão publicados todas as segundas-feiras neste espaço. Todos estão convidados a contribuir e participar por meio da ferramenta de comentários. O tema é polêmico, mas é importante. Deixe registrados aqui seus comentários, dúvidas e contribuições: isso vai enriquecer ainda mais esta série.

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Na próxima semana…
Mas afinal, o que é inteligência? Inteligência pode ser medida?

 

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