Os desafios do Ensino Técnico no Brasil

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Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo publicou um caderno especial sobre os desafios do Ensino Técnico no Brasil. E não são poucos. Em 2015, 763.897 estudantes cursavam o nível técnico concomitante ao ensino médio. O número é 4,15% menor do que em 2014 e causa preocupação por parte dos especialistas.

Isso porque a queda nas matrículas é algo que não se via desde 2007. Os dados coincidem com a piora da crise econômica e cortes em iniciativas como o Pronatec (programa federal de educação profissional), revela reportagem da Folha.

Contudo, a expansão do ensino técnico de nível médio deve ganhar força com a reformulação das propostas curriculares. Mas esse movimento depende da superação de desafios econômicos, burocráticos e pedagógicos, aponta o jornalista Paulo Saldaña. O que pode estimular a educação profissional é a flexibilização do ensino médio, assunto que agora está em discussão no Congresso Nacional e no Ministério da Educação.

Segundo João Batista Araujo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto e especialista entrevistado para a publicação, um dos principais problemas do ensino técnico no Brasil é sua falta de reconhecimento. “Essa ideia de que todo mundo tem de ter universidade é equivocada. A economia precisa de outras expertises de formação”, diz. “O cara que pode fazer universidade e não faz tem uma perda grande. Mas quem não podia e fez tem uma perda muito maior. Sacrificamos todos os alunos no altar da universidade.”

Oliveira se refere à frustração daqueles que, mesmo sem vocação acadêmica e com pouco dinheiro, apostam todas as fichas em uma graduação que pode não lhes render nada. Se essas mesmas pessoas tivessem optado pelo ensino médio técnico, poderiam ter entrado antes e com mais sucesso no mercado de trabalho.

Como superar questões como essa, o que já funciona bem no Brasil, caminhos para melhorias e entrevistas com especialistas são alguns dos destaques do caderno especial da Folha. O material conta ainda com um artigo assinado pelo cientista político Simon Schwartzman. Para ler no site do jornal, clique aqui. Para ler em pdf as reportagens publicadas na edição impressa, clique nos links abaixo:

Mudança busca um entre escola e empresa

Empregabilidade dos jovens é o que mais importa

Técnico em enfermagem tem mais opções de área de atuação

Curso ainda é visto no país só como ‘pré-vestibular ’

Sem bolsa, alunos deixam particular

Novo precisa atender demanda local e diversidade

Êxito profissional não está ligado apenas à universidade, diz educador

Curso técnico deve se encaixar na realidade da área em que o aluno vive

 

*Imagem: Raquel Cunha / Folhapress