Como estão as habilidades digitais dos estudantes brasileiros?

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Um relatório lançado neste mês pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da Economia (OCDE) mostra que, apesar de conectados, os estudantes brasileiros estão mal no quesito habilidades digitais. A publicação mediu as competências relacionadas à tecnologia de estudantes de 15 anos de idade em 31 países, incluindo o Brasil, e fez um ranking para comparar o nível dessas habilidades entre essas nações. O Brasil ficou no antepenúltimo lugar, à frente apenas de Colômbia e Emirados Árabes. No topo, os países asiáticos Cingapura, Coreia do Sul e Hong Kong (China).

O que faz desses países expoentes em tecnologias digitais e o que faz o Brasil ter uma colocação tão ruim na lista? A explicação para isso não está, como muitos podem pensar, em mais computadores nas escolas. O relatório da OCDE mostra que esses países estão no topo da lista porque garantem uma base forte de conhecimentos em leitura, matemática e ciências – tanto no nível “analógico”, quanto digital.

Andreas Schleicher, diretor de Educação da organização e autor do relatório, afirma que os países que mais se destacam têm menos computadores que outras nações avaliadas. Isso, diz, comprova que a diferença não está em mais telas, mas sim em um programa de ensino bem estruturado, que permite uma leitura crítica do conteúdo virtual.

“Se os estudantes usarem ‘copiar e colar’ para apresentar respostas prontas nos trabalhos e provas, é improvável que a tecnologia vá ajudá-los a se tornar mais inteligentes. Se quisermos que eles sejam mais espertos que um smartphone, precisamos pensar nas pedagogias que usaremos para ensiná-los”, defende.

O pesquisador afirma ainda que quando usada para complementar o trabalho do professor em sala, a tecnologia produz bons resultados. Além disso, ele defende que para fazer sentido, o material tecnológico precisa permitir uma avaliação do desempenho dos alunos em tempo real.

O que a pesquisa da OCDE mostra é que a tecnologia pode ser uma distração e fazer com que alunos construam respostas “pré-fabricadas” nas lições de casa, como resultado do que copiam da internet. “Não existe um único país no qual a internet é usada frequentemente na escola pela maioria dos estudantes onde o desempenho desses alunos melhorou”, completa Schleicher.

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