Currículo nacional: um passo adiante

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O debate sobre a Base Nacional Comum começa a dar, por fim, sinais de avanço. Dois artigos publicados neste final de semana (confira abaixo) apontam nesta direção e mostram que os diversos atores, como organizações especializadas e veículos de imprensa, parecem conscientes de que sem debate não há resultado de qualidade.

O Instituto Alfa e Beto, que desde a publicação da primeira versão da proposta do Ministério da Educação (MEC) trabalha para estimular tal debate, celebra as manifestações que surgem no sentido de lançar luz sobre este que é o documento que constitui a espinha dorsal de todo e qualquer sistema educacional desenvolvido.

Confira os artigos deste final de semana sobre o tema (clique no título para ler o artigo completo):

Uma Base em construção, por Denis Mizne e Camila Pereira (Fundação Lemann)

“A experiência de outros países mostra que uma discussão nacional como essa passa, necessariamente, por difíceis debates entre teorias pedagógicas, contrapõe visões de mundo e concepções distintas sobre a escola. Por isso mesmo, é um processo que exige ampla consulta pública; e o documento, mesmo depois de aprovado, continua a passar por sucessivas revisões.”

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 Buraco na base, editorial do jornal Folha de S. Paulo

“Prossegue envolto em incerteza e vaguidão o percurso que conduzirá o país a adotar no segundo semestre, se nada mais der errado, a Base Nacional Curricular (BNC). Parece no entanto improvável que se chegue a bom termo, pois a discussão imprescindível nem sequer se iniciou, a bem da verdade. Mais que elogiável, é fundamental buscar um currículo comum para todas as escolas brasileiras.”

Esperamos que o Brasil desperte para o desafio a sua frente. A construção de um currículo é tema político, controverso e carregado de polêmica. Inibi-las ou mitigá-las não nos trará benefícios – é o que nos ensinam as nações mais desenvolvidas do mundo, que reformam seus currículos em decorrência das pressões crescentes da globalização, que passam a exigir capital humano mais qualificado. E também dos avanços da neurociência e do conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo, que elevaram o patamar do que sabemos a respeito de como ensinar e aprender. Ou, ainda, dos resultados de exames internacionais, que puseram os países diante do espelho, derrubando mitos e ministros da área.

Os dois artigos publicado na imprensa neste final de semana somam-se a outras manifestações publicadas desde setembro e que nos reunimos em nosso site com o objetivo de reverberar diferentes opiniões.

Ao longo de 2016 continuaremos a acompanhar o avanço deste debate enquanto aguardamos seus desdobramentos.