Realizado pelo IAB em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e a Confederação Nacional do Comércio

O Ensino Médio agoniza no Brasil. Esta etapa da educação básica registra os mais altos índices de evasão e aqueles que concluem os estudos não adquirem os conhecimentos esperados. A análise da experiência de outros países, com base em dados descritivos e objetivos, permite extrair alguns ensinamentos válidos para refletirmos sobre a realidade brasileira. Para tanto, é necessário, antes de tudo, entender as informações em seus contextos originais, antes de se poder pensar em sua possível aplicação ou relevância para um país como o nosso.

Apresentamos, de forma breve, alguns aspectos relevantes para essa reflexão.

Idade e preparo: O Ensino Médio, nos vários países, refere-se ao ensino dos jovens de 15 a 18 anos. São jovens que concluíram o Ensino Fundamental e que, em sua esmagadora maioria, atingem acima do nível dois no Pisa – o que lhes dá condições para prosseguir com êxito alguma forma de ensino secundário. A base do Ensino Médio, portanto, é um Ensino Fundamental de qualidade para todos.

Diversificação: A diversificação do Ensino Médio constitui a norma, e não a exceção. Há diversificação entre o acadêmico e o profissional. Dentro do acadêmico e do profissional ela também existe. Há diversificação dentro de escolas e entre escolas. Ela reflete a preocupação dos países em manter os alunos mais tempo na escola, oferecendo algo que eles sejam capazes de fazer e para o qual se motivem. Mesmo nos países onde existe o tracking, a diversificação forçada, o objetivo, pelo menos imediato, é a inclusão, e não a exclusão dos jovens da escola.

O conceito de educação geral: Educação acadêmica e profissional são concebidas como formas diferentes de propiciar uma educação geral. Esta não é concebida como um conjunto de conhecimentos ou disciplinas específicas, e sim, como uma forma de lidar com o conhecimento, seja ele mais abstrato ou mais concreto. A educação geral tanto se dá nas escolas de formação profissional quanto nas escolas acadêmicas.

As tendências: As tendências parecem bem definidas. Primeiro, aumentar a participação dos jovens nas várias vertentes do ensino médio, sem necessariamente tornar compulsório esse nível de ensino. Segundo, aumentar a relevância dos cursos. No caso dos cursos acadêmicos, trata-se de ressaltar as implicações tecnológicas e ampliar a capacidade de usar conhecimento. No caso dos cursos mais técnicos, trata-se de dotar os alunos com instrumentos conceituais que lhes permitam ir cada vez mais longe e continuar a aprender ao longo da vida. Terceiro, estreitar a ponte entre o mundo da escola e o do trabalho e a sociedade em geral. Os temas, comportamentos, atitudes e valores da escola são cada vez mais próximos dos temas do mundo real. O exercício de opções pelos alunos do ensino médio é parte da preparação para a vida e para o trabalho.

Neste Seminário, foram analisados as experiências em Ensino Médio da Alemanha, Finlândia e Estados Unidos.

 

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