Em meio ao isolamento social causado pelo novo coronavírus, famílias podem desenvolver o hábito e gosto pela leitura usando técnicas eficazes

Em vídeo, Instituto Alfa e Beto mostra técnicas de como ler de forma interativa com crianças a partir de dois anos.

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Em meio ao isolamento social causado pelo novo coronavírus, famílias podem desenvolver o hábito e gosto pela leitura usando técnicas eficazes

O Instituto Alfa e Beto produziu uma reportagem em vídeo em que famílias leem para as crianças e, ao mesmo tempo, essas experiências de leitura são comentadas pelo presidente do Instituto, João Batista Oliveira, que dá orientações sobre formas de despertar o hábito e, principalmente, o gosto pela leitura nos pequenos.

O vídeo é dividido em três partes. Publicada aqui, a primeira delas focou na leitura para crianças muito pequenas. Hoje, vamos tratar da segunda parte do vídeo, em que o professor João Batista Oliveira apresenta as chamadas técnicas do CPR, que devem ser aplicadas com crianças a partir de dois anos.

Mas afinal, o que são as técnicas do CPR? Essas técnicas consistem em orientações básicas de leitura interativa, em que o “C” significa “comentar”; o “P”, “perguntar”; e o “R”, “responder”. As técnicas orientam as famílias sobre como estimular conversas com as crianças a partir da leitura.

A primeira técnica baseia-se em “comentar e esperar”. O adulto faz um comentário sobre elementos do livro e, em seguida, espera, dando o tempo necessário para a criança também fazer algum comentário.

Já a segunda técnica é fundamentada em “perguntar e esperar”. O adulto faz uma pergunta ou aponta para as situações que envolvem o contexto da leitura e, então, novamente, espera a reação da criança, seguido de algum acréscimo de nova observação.

A pergunta pode ser, por exemplo, sobre algo que já foi lido no livro ou sobre algo que ainda será lido. É possível relacionar o conteúdo com experiências cotidianas da criança.

Por fim, a técnica três consiste em responder e espichar a conversa. O adulto deve estimular a criança a fazer alguma pergunta. Pode ser com palavras, gestos ou de qualquer outra forma – o adulto responde, mas logo ele emenda com uma outra pergunta.

O objetivo é levar a criança a participar ativamente e pensar, refletir e interagir. O diálogo também pode tratar dos sentimentos, das emoções do adulto ou da criança. Por exemplo: perguntar se determinada personagem da história está com medo, com saudades, se está alegre etc.

Marta, avó de Maria, de 29 meses, afirma que é necessário paciência com a neta durante a leitura para que ela não perca o interesse: “Gosto de contar histórias e acho que acabo aprendendo muito nesse processo com a Maria”, afirma.

João Batista Oliveira recomenda que as famílias estipulem algum horário do dia em que a leitura seja sagrada, pois isso é fundamental para que se crie o hábito da leitura. O especialista também afirma que “devemos manter a leitura apenas se a criança estiver interessada e atenta. Quando ela perde o interesse, chegou a hora de parar de ler”.

Para Laurindo, avô de Camila, de 34 meses, “a leitura traz outros benefícios que vão além da aquisição de vocabulário”. Ele diz que ler contribui para o fortalecimento dos laços afetivos familiares, e que esses laços “fazem com que a criança interaja de forma mais natural”.

O bate papo entre o adulto e a criança antes, durante e depois da leitura é tão importante quanto a leitura em si. Para ajudar a criança a desenvolver a linguagem, a leitura deve ser interativa como uma conversa. “Ler com crianças é estimular a conversa a partir dos livros”, ensina o professor João Batista.

Confira a reportagem em vídeo abaixo: