Instituto Alfa e Beto participa de debate entre educadores e representantes do setor privado sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE)

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O professor João Batista Oliveira participou nessa terça-feira (12/03) de um debate entre especialistas em educação no qual foi discutido o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que deve ser revisto este ano, com validade para a próxima década. O encontro foi promovido pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em parceria com o De Olho no Material Didático.

Convidado para falar sobre o tema da alfabetização, o professor João Batista, em sua exposição, deixou claro que existem conhecimentos e instrumentos para alfabetizar os alunos no 1º ano do ensino fundamental, e que assegurar esse resultado deveria ser a obrigação para que uma escola possa operar. No entanto, as políticas públicas, as universidades e inclusive ONGs empresariais não aceitam as evidências científicas sobre o tema – o que condena os alunos ao atraso escolar. Não obstante, o professor João Batista frisou que o tema da alfabetização, embora primordial, não deveria ser objeto de um Plano Nacional de Educação. “O Brasil e as escolas só não alfabetizam por que não têm vontade de fazê-lo – e os planos do passado e já existentes não contribuíram para isso.”

O seminário contou com diversas outras participações, notadamente de Guiomar Namo de Mello, que falou sobre a questão docente; Cláudio de Moura Castro, sobre a diversificação do ensino médio; e Fábio Gomes, sobre ensino à distância. Os participantes foram unânimes em observar que o que foi apresentado até agora pelo Ministério da Educação (MEC) sobre o PNE vai na “contramão de tudo o que se deveria fazer”.

O Presidente Associação Brasileira de Sistemas de Ensino e Plataformas Educacionais (Abraspe), Mario Ghio, enfatizou, com

base em dados, que não é por falta de recursos que a educação brasileira se encontra em nível tão baixo: o município com pior desempenho e o município com melhor desempenho, no Brasil, gastam o mesmo volume de recursos.

Para Letícia Jacintho, presidente da ONG (Organização não-governamental) De Olho no Material Escolar, o estudante precisa ter por quê querer ir para a escola. “Falta motivação real para estudar e é nisso que o PNE deve focar neste momento”.

As contribuições trazidas ao encontro servirão para os promotores do evento sugerirem ao Congresso Nacional a realização de um debate com educadores e instituições qualificadas para discutir os reais problemas da educação e, a partir daí, delinear sugestões que eventualmente possam servir de base para um PNE – Plano Nacional de Educação.