Município de Mata de São João (BA) realiza entrega de cestas básicas com livros para 10 mil alunos que estão em casa durante a pandemia da covid-19

Cidade está utilizando recursos tecnológicos para aproximar professores, pais e alunos nesse período de isolamento social.

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Município de Mata de São João (BA) realiza entrega de cestas básicas com livros para 10 mil alunos que estão em casa durante a pandemia da covid-19

O município baiano de Mata de São João, na região metropolitana de Salvador, está realizando diversas ações para atenuar as consequências do fechamento por tempo indeterminado das escolas em função da pandemia de covid-19. As ações abrangem a distribuição de cestas básicas e de livros para 10 mil alunos da cidade com o objetivo de prestar auxílio às famílias e dar continuidade ao aprendizado das crianças. As escolas da cidade também estão utilizando recursos tecnológicos – como aulas por meio de vídeo e grupos de WhatsApp – para manter o contato entre professores e alunos.

A diretora administrativa e gestora pedagógica da Secretaria Municipal de Mata de São João, Márcia Baqueiro, explica que a iniciativa de entregar os livros nas casas dos alunos tem objetivos pedagógicos, sociais e humanitários: “Enviar o material para casa dos alunos faz toda diferença. Os objetivos pedagógicos se referem à manutenção dessas crianças em uma rotina escolar e em atividade intelectual, que promove crescimento cognitivo e aprendizagem. Já os aspectos sociais têm a ver com o acolhimento e o atendimento dessas crianças em situação vulnerável”, explica. Dentre os livros enviados para os alunos, estão alguns títulos que fazem parte dos programas do Instituto Alfa e Beto, parceiro da cidade desde 2019.

Segundo Márcia Baqueiro, a cidade está seguindo orientações do professor João Batista Oliveira, presidente do Instituto, que recomendou a realização de atividades escolares à distância nesse período desafiador de isolamento. “Existem centenas de iniciativas individuais de professores que estão fazendo grupos de WhatsApp com as famílias para estar em contato permanente com as crianças, seja contando histórias, lendo livros, orientando na execução das tarefas, fazendo ditados, participando de jogos e desenvolvendo problemas de raciocínio lógico. É importante que essas crianças sintam que continuam sendo olhadas, monitoradas, queridas, acompanhadas. Manter o vínculo com o professor é muito importante”, avalia.

Outra questão importante tem sido incentivar a participação dos pais no processo de aprendizado de seus filhos. Kátia Silva da Conceição, professora da Creche Marilia Emília Nunes Santiago, destaca a importância dessa aproximação: “As atividades remotas foram muito bem aceitas pelos pais. As dúvidas são sanadas nos grupos on-line que criamos. Está sendo muito gratificante ver os pais participando ativamente da vida escolar dos seus filhos”, comenta.

Já Maiana de Oliveira Machado, mãe do aluno Davi Machado de Oliveira, que estuda na Creche Marília Emília Nunes Santiago, diz que as iniciativas da prefeitura e da rede municipal de ensino estão dando resultado: “Foi muito bom receber os livros e a cesta básica em casa. Mas o grande diferencial é ver a força de vontade dos professores. Eles são apaixonados pelo que fazem, e isso nos motiva muito em um momento difícil como esse, em que todos devem ficar em casa. Todos os dias, recebo atividades para estudar com o Davi, que já sabe que tem que fazer o dever como se fosse um dia normal na escola”, conta Maiana.

Além da criação de grupos de WhasApp, a cidade de Mata de São João também tem recorrido às videoconferências para dar continuidade às atividades pedagógicas: “Existem professoras da rede realizando exercícios de fluência de leitura por meio de videoconferência. Está sendo muito boa a experiência. Estamos descobrindo novas possibilidades de interação e participação das crianças mesmo sem estarmos presente fisicamente”, explica a diretora administrativa Márcia Baqueiro.

Mãe da aluna Maria Esther Costa, Nadja Costa Seixas reconhece o esforço das escolas para que a suspensão temporária das aulas presenciais não atrapalhe o desenvolvimento de sua filha: “A Maria tem seis anos e já está escrevendo muito bem – até mesmo com letra cursiva. Mesmo com o distanciamento social, estamos fazendo tarefas diariamente com a orientação e acompanhamento da professora. Estou muito satisfeita com o desempenho escolar da minha filha”, avalia.