Por que investir nas crianças faz toda a diferença

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Escola emocional

Nota do Instituto Alfa e Beto:
Este artigo faz parte de uma série de artigos publicados no site Veja.com no âmbito da parceria no Prêmio Prefeito Nota 10, instituído pelo Instituto Alfa e Beto

Cada prefeito tem um horizonte de tempo, tendo em vista sua motivação pessoal, sua carreira política e experiência anterior. Nos últimos artigos que compõem esta série, vamos sugerir quatro medidas que podem se transformar em magníficas florestas. Elas são complexas e seus efeitos levam algum tempo para aparecer. É um trabalho para políticos com visão de longo prazo, políticos que também são homens públicos e estadistas.

Prefeitos vivem no curto prazo – as próximas eleições. O cálculo político muitas vezes prejudica tomar decisões que melhoram as coisas no longo prazo. Para tornar essas decisões possíveis, do ponto de vista político, é preciso fazer pontes entre o curto e o longo prazo. Esta é uma questão de estratégia. Vamos à primeira medida.

Aviso aos governantes: na sociedade do conhecimento, o investimento de maior retorno é o que se faz nas pessoas, no chamado capital humano; dentre os investimentos no capital humano, o que dá maior rendimento é o que se faz na primeira infância, nos anos iniciais de vida. A razão é simples. Quanto mais tempo nosso dinheiro fica investido, mais rende, são juros sobre juros. Assim também se dá com o capital investido nos anos iniciais de vida.

Sabemos mais: conhecemos quais investimentos produzem melhores resultados. Em ordem: investir na prevenção da gravidez juvenil, investir na orientação e cuidados durante a gravidez, investir nas famílias para que elas aprendam e possam cuidar de seus filhos, investir em programas como creches – mas só investir em creches que sejam de excelente qualidade. Creches medíocres ou ruins são piores do que a falta de creches. Ou seja: política de primeira infância não é política de criar creches.

O modelo proposto para as creches pelo governo federal dificilmente irá contribuir para mudar as condições de vida das pessoas mais pobres. Isso porque seus custos são elevados, mas os recursos são muito reduzidos.

O Brasil possui vários modelos diferentes de atendimento às famílias, e que cabem no bolso das prefeituras. Incluem programas de visitação familiar, treinamento dos pais em habilidades parentais, programas de leitura para crianças, brinquedotecas, mães crecheiras, convênios com instituições não governamentais e muitos outros.

Vale conferir.