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A escola pública – além do currículo

Escola pública: é preciso incorporar o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, componente fundamental para a formação integral do jovem. Leia.
Este artigo encerra uma série que debateu em dez capítulos questões fundamentais para o avanço da educação no Brasil. As publicações aconteceram em comemoração aos 10 anos de atuação do Instituto Alfa e Beto.

Leia AQUI a série completa de artigos. Junte-se a nós nesse debate. Deixe seu comentário abaixo.

A escola pública – além do currículo | Por Marcos Magalhães

Antes de tudo, qual o verdadeiro papel da escola pública?

A princípio, a educação pública tem um papel crucial na formação de jovens e na construção de uma sociedade mais desenvolvida. Primordialmente, a escola deve cumprir três grandes objetivos:

  1. Transmitir o conhecimento acumulado pela humanidade às novas gerações.
  2. Formar cidadãos produtivos, capazes de gerar riqueza e contribuir para o crescimento do país.
  3. Desenvolver o pensamento crítico, garantindo que os jovens façam escolhas informadas e participem ativamente da democracia.

Apesar disso, ao analisar os resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) e a realidade dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos, fica evidente que o modelo atual da escola pública apresenta falhas nesses aspectos essenciais .

Agora, quais são os números que mostram esse fracasso?

Primeiramente, os dados revelam uma situação alarmante:

  • O Brasil está entre os cinco piores países no ranking do PISA.
  • 90% dos jovens não dominam o conhecimento esperado em Matemática.
  • 73% têm dificuldades severas na Língua Portuguesa.
  • 27 milhões de jovens (83%) jamais chegarão ao ensino superior.
  • 10 milhões estão na categoria “nem-nem” – nem estudam, nem trabalham.

Nesse sentido, o atual modelo de escola pública precisa ser urgentemente reformulado .

Antes que seja tarde, precisamos entender por que os jovens abandonaram a escola

De início, os próprios alunos apontam as razões pelas quais desistem dos estudos:

  • “A escola é chata.”
  • “O que aprendo não tem conexão com a realidade.”
  • “Não consigo aprender e ninguém me ajuda.”

Além disso, muitos estudantes desejam uma escola mais acolhedora e interativa:

  • “Quero ser ouvido e orientado.”
  • “Preciso de uma instituição que me ajude a planejar meu futuro.”

Por outro lado, o ambiente escolar também reflete as dificuldades sociais e econômicas enfrentadas pelos alunos . A maioria dos jovens vem de famílias de baixa renda, com defasagem de aprendizado e pouca motivação para avançar nos estudos .

Além disso, a escola precisa formar cidadãos, não apenas transmitir conteúdos

A escola pública recebe alunos com pouca base acadêmica e baixa autoestima . Como resultado, muitos deles saem do ensino médio sem condições reais de competir no mercado de trabalho ou ingressar no ensino superior.

Por isso, a educação precisa ir além do currículo tradicional. Atualmente, não basta ensinar Matemática e Português. A escola deve desenvolver competências socioemocionais e formar cidadãos completos, capazes de tomar decisões e enfrentar desafios .

Nesse ínterim, a solução passa por:

  • Escolas que incentivam o pensamento crítico e o desenvolvimento de habilidades emocionais.
  • Professores preparados para acolher e motivar os estudantes.
  • Gestores capacitados para realização de transformações educacionais.

Assim como em outros países desenvolvidos, o Brasil precisa adotar um modelo de ensino que vá além do conteúdo teórico e ofereça suporte integral aos alunos .

Definitivamente, o modelo tradicional de ensino médio está ultrapassado

Atualmente, uma escola pública oferece apenas quatro horas diárias de aula, o que é insuficiente para uma formação completa . Para garantir um ensino de qualidade, é essencial:

  • Ampliar a jornada escolar , permitindo maior aprofundamento nos conteúdos.
  • Criar currículos inovadores , que façam sentido para a vida dos estudantes.
  • Motivar professores e gestores , garantindo um ambiente escolar mais dinâmico.

Além disso, um exemplo positivo vem de Pernambuco. O estado implementou, em apenas 12 anos, uma rede de escolas em jornada ampliada no ensino médio e, com isso, conseguiu resultados expressivos .

Se Pernambuco, um estado com baixo PIB per capita, conseguiu reformular sua rede de ensino, por que o Brasil inteiro não pode seguir esse caminho?

Por fim, o Brasil precisa agir agora para transformar sua educação

O modelo tradicional de escola pública está ultrapassado e prejudica milhões de jovens . Enquanto os países se desenvolvem com ensino em jornada ampliada há décadas , o Brasil continua insistindo em um sistema ineficiente.

A pergunta que fica é: quanto tempo mais vamos esperar para mudar essa realidade?

Quer saber mais sobre como melhorar a educação pública no Brasil? Acesse o Instituto Alfa e Beto e descubra soluções baseadas em evidências para transformar a aprendizagem dos jovens!

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