O brilho da escola

Todos somos marcados pelas escolas que frequentamos. Mais marcados ainda são os que não a frequentaram, ou os que a abandonaram – ou se sentiram abandonados por ela. A pandemia deixou clara a importância da escola para as famílias e para os alunos – e muto especialmente para os jovens. A escola fez falta. A escola faz falta

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Quais são as recordações mais vívidas que você tem de sua escola, de seus colegas, de seus professores, de algum diretor? São recordações boas? Mais que recordações, que marcas ela deixou na sua vida, no seu modo de ser?
Embora criticada por todos os lados, a escola continua a desempenhar um papel central em nossas vidas. Mas qual é, na verdade, a razão de ser da escola? Que papel ela desempenha para a sociedade que dedica tanto tempo, esforço e recursos para mantê-la como uma de suas mais importantes instituições?

Ninguém melhor do que Olga Pomba refletiu sobre esse tema. A escola serve de alicerce para o edifício da vida de cada um. A escola é o primeiro universo fora do núcleo familiar onde a criança aprende a ser membro de uma comunidade mais ampla. Essa experiência inaugural no mundo externo à família incute valores essenciais como respeito, cooperação e a apreciação pela diversidade de ideias e culturas.

Mas a escola não é um microcosmo imutável. Ao longo da história, seu papel se expandiu. Mas ela continua sendo aquilo que sempre foi e para o qual foi criada: o local em que a sociedade transmite ao aluno o patrimônio científico e cultural que a humanidade desenvolveu até o momento, os instrumentos para o aluno assimilar e refletir sobre o significado desse patrimônio e a missão de levar adiante a tocha – de usar esse conhecimento para agir no mundo e transformá-lo, inclusive gerando novos conhecimentos. A escola é o solo onde as sementes do futuro são semeadas. É onde os jovens aprendem a arte do possível e a conceber o que ainda não existe.

Olga Pomba usa a expressão “o brilho da escola”. Mas, o que faz a escola brilhar? O brilho da escola está em sua capacidade de se adaptar às necessidades de seus alunos, respeitando suas individualidades enquanto fomenta um sentido de pertença e comunidade. A escola brilha quando prepara o indivíduo para a vida, não apenas através de aulas e provas, mas por meio de experiências enriquecedoras e desafios que moldam o caráter e a perspectiva de cada um sobre o mundo.

E a sua escola, brilha? Como é o brilho da sua escola? O que ela faz – o que você faz – para aproximar sua escola dos seus alunos, para acender ou reacender neles a chama do desejo pelo conhecimento e pela aprendizagem? Para fasciná-los e deixá-los se inebriar pelo brilho da escola?

Autor: João Batista Oliveira