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Propostas para melhorar a reforma do ensino médio

“A Medida Provisória 746/2016, que propõe a reestruturação do Ensino Médio, tem o meu apoio. Mesmo contendo impropriedades e contrabandos, a lei representa um avanço, especialmente pelo fato de reintroduzir o ensino médio Técnico no país”. Com essa avaliação, o presidente do Instituto Alfa e Beto, professor João Batista Oliveira e Araujo, abriu sua participação nesta quarta-feira (23) na 8ª audiência pública realizada no Senado pela Comissão Mista que debate a MP 746.

Propostas para melhorar a reforma do ensino médio: a visão do Instituto Alfa e Beto

Apoio à MP 746 e importância do ensino técnico

Antes de tudo, a Medida Provisória 746/2016 , que propõe uma reestruturação do ensino médio, representa um avanço para a educação brasileira. Durante a 8ª audiência pública no Senado , o presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB), João Batista Araujo e Oliveira , destacou que, apesar de conter pontos questionáveis, o MP reintroduz o ensino técnico , o que fortalece a preparação dos alunos para o mercado de trabalho.

Além disso, João Batista enfatizou que a reforma só será eficaz se as opções de formação forem feitas pelos alunos , e não pelas escolas ou redes de ensino. Ele alertou que a flexibilização do currículo só faz sentido permitir que os estudantes escolham trajetórias alinhadas às suas habilidades e interesses.

Propostas para melhorar a reforma

Ainda mais, João Batista apresentou sugestões para tornar a MP mais eficiente e economicamente viável. Entre suas propostas, destaque-se:

  • Simplificação do currículo : O núcleo comum deve ter 800 horas ao longo dos três anos do ensino médio, em vez das 1.400 horas propostas pelo MP.
  • Redução do aumento da carga horária : João Batista defende que aumentar o tempo de aula não melhorou a qualidade do ensino .
  • Foco nas escolas de tempo integral para alunos de baixa renda : A ampliação do ensino integral deve beneficiar prioritariamente estudantes de nível socioeconômico mais baixo , garantindo equidade no acesso à educação de qualidade.

A estrutura curricular ideal para o ensino médio

Segundo João Batista, o ensino médio deve ter um núcleo comum com nove disciplinas , incluindo:

  • Língua Portuguesa, Matemática e Inglês (duas disciplinas de cada).
  • Uma disciplina na área de STEM (Ciências, Matemática, Física, Química ou Biologia) com abordagem interdisciplinar.
  • Uma disciplina de Ciências Sociais e uma de Ciências Humanas .

Além disso, os alunos deverão ter espaço para cursar outras 12 disciplinas ao longo dos três anos , sendo oito na área de sua escolha e quatro a seus prêmios . Essa estrutura garante um equilíbrio entre conhecimento geral e especialização , sem sobrecarregar o estudante com conteúdos desnecessários.

A poupança econômica da reforma

Ao contrário do que muitos defendem, João Batista destacou que a realidade dos municípios brasileiros precisa ser considerada na implementação da MP. Ele alertou que metade das cidades do Brasil tem menos de 10 mil habitantes , tornando inviável a manutenção das escolas de ensino médio em todos esses locais.

Além disso, ele enfatizou que ampliar a carga horária gera custos elevados para os estados. Em sua visão, o MP deve focar em soluções financeiramente sustentáveis , que tragam resultados concretos sem aumentar os gastos públicos .

O impacto do aumento da carga horária

Analogamente, João Batista apresentou estudos que demonstram que a relação entre tempo de aula e desempenho dos alunos é positiva apenas até um limite . Segundo ele, o máximo de tempo eficaz para absorção de conhecimento é de cinco a seis horas diárias .

Ainda assim, a MP propõe aumentar a jornada para 1.400 horas anuais , um número que ultrapassa o necessário. Para João Batista, essa mudança não trará benefícios educacionais e apenas ampliará os custos da rede pública .

Ele também ressaltou que mais tempo na escola não significa automaticamente melhor aprendizagem . Os países desenvolvidos, por exemplo, mantêm uma carga horária em torno de 800 horas por ano e garantem bons resultados educacionais.

O ensino integral e o risco de elitização das escolas públicas

Outro ponto abordado foi a proposta de ampliação do ensino integral . João Batista alertou que, historicamente, escolas públicas de maior qualidade acabam se tornando elitizadas , pois passam a atrair alunos de famílias com melhor poder aquisitivo.

Nesse sentido, ele sugeriu que o MP defina critérios para que as vagas nas escolas de tempo integral sejam priorizadas para estudantes de baixa renda . Dessa forma, a reforma poderá realmente beneficiar os alunos que mais precisam de um ensino de qualidade.

Além disso, ele reforçou que não basta apenas aumentar o tempo de permanência na escola . O diferencial deve estar na qualidade do ensino, na formação dos professores e na estrutura curricular bem planejada .

Uma reforma viável e eficiente

Por fim, João Batista enfatizou que a reforma do ensino médio precisa ser realista, eficiente e centrada no aluno . Para isso, o MP deve focar em políticas educacionais viáveis, economicamente sustentáveis ​​e que realmente contribuam para a formação dos estudantes .

Quer saber mais sobre as propostas para a reforma do ensino médio? Confira o material completo no site do Instituto Alfa e Beto e acompanhe os debates sobre o futuro da educação no Brasil.

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