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Como fica a alfabetização na BNCC?

No dia 8 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial da Alfabetização. Aproveitamos a data para compartilhar com nossos leitores reflexões e leituras a respeito de tema. Ao longo deste mês serão publicados neste espaço quatro posts.

Como fica a alfabetização na BNCC?

A Importância da Alfabetização Precoce

Primeiramente, é essencial reconhecer que a alfabetização deve iniciar no primeiro ano do ensino formal. Nesse período, crianças por volta dos seis anos estão cognitivamente preparadas para aprender a ler e escrever de forma sistemática. Além disso, atrasar esse processo pode comprometer o desenvolvimento educacional futuro. Como apontou Simon Schwartzman, sociólogo e pesquisador, “se a criança chega aos oito ou nove anos analfabeta, dificilmente se recupera”. Essa constatação reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a alfabetização já no início da vida escolar.

A Falta de Clareza Conceitual na BNCC

Antes de mais nada, a BNCC apresenta sérias lacunas ao não definir claramente o que significa alfabetizar. Segundo a Ciência Cognitiva da Leitura, alfabetizar implica o domínio do código alfabético, ou seja, a relação entre fonemas e grafemas. Contudo, a BNCC baseia-se em abordagens equivocadas, como a silábica, que não se adequa à estrutura da Língua Portuguesa. Essa ausência de definição prejudica a implementação de práticas pedagógicas eficazes, impactando diretamente o aprendizado dos estudantes.

A Omissão do Ensino de Caligrafia

Ainda assim, outro ponto crítico é a omissão do ensino de caligrafia. A BNCC privilegia dispositivos eletrônicos, ignorando que a escrita manuscrita é essencial para avaliações e concursos públicos. Evidências científicas mostram que o treino da caligrafia contribui para a ortografia e a habilidade de redigir textos. Portanto, ao negligenciar essa prática, a BNCC falha em proporcionar uma base sólida para o desenvolvimento educacional das crianças.

A Falta de Diálogo com Especialistas

Além disso, a construção da BNCC reflete a ausência de debates qualificados. Importantes relatórios, como os da Academia Brasileira de Ciências (2010) e da Câmara dos Deputados (2003), foram ignorados. Da mesma forma, especialistas brasileiros reconhecidos internacionalmente não foram consultados durante a elaboração do documento. Segundo João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, essa abordagem resulta em um texto carregado de “impropriedades, erros e omissões graves”.

Um Chamado à Ação pela Educação

Como resultado, a BNCC perde uma oportunidade crucial de alinhar a educação brasileira às melhores práticas internacionais. Antecipadamente, é necessário debater a alfabetização com base em evidências científicas, envolvendo especialistas qualificados e comprometidos com a melhoria do ensino. Dessa forma, será possível transformar a alfabetização em uma prioridade nacional, garantindo que todas as crianças brasileiras tenham acesso a uma educação de qualidade desde os primeiros anos escolares. Participe desse debate e ajude a construir um futuro educacional mais justo e eficaz.

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