Repensando a educação brasileira: o que fazer para transformar nossas escolas

1392

O Presidente do Instituto Alfa e Beto, professor João Batista Oliveira, acaba de lançar o livro Repensando a Educação Brasileira – O que fazer para transformar nossas escolas, publicado pela Editora Salta. A publicação foi lançada em evento realizado no dia 11 de novembro no Insper, em SãoPaulo, e na Câmara dos Deputados, no dia 12 do mesmo mês.

O livro se divide em três partes. Na primeira, o autor analisa a situação da educação no Brasil e as condições históricas e políticas que nos levaram à situação atual. A tônica da política pública desde a década de 60 tem sido a expansão. As mudanças de valores sociais contribuíram para a desvalorização da cultura e, consequentemente, da escola, de sua função e do papel e autoridade do professor. A falta de pressão social e o aumento da pressão corporativista contribuem para explicar a imobilidade dos governos para promover mudanças significativas.

Na segunda parte, são apresentados três critérios que poderiam contribuir para repensar um sistema educativo: a experiência de outros países, as melhores práticas e a educação baseada em evidências. Com base nesses critérios o autor examina as instituições que são essenciais para o estabelecimento de um sistema educativo. Elas incluem itens como currículoformação e carreira de professores, avaliação, financiamento e incentivos. Essas instituições não são apenas órgãos públicos, elas refletem valores pertinentes e apropriados que criam e mantêm a cultura da escola.

Sem valores compartilhados não há cultura e, sem cultura, não há educação. Por isso, na terceira parte, o autor examina e propõe uma série de políticas, práticas e intervenções que poderiam contribuir para atenuar os problemas existentes e desenvolver instituições que, aos poucos, ajudariam a criar uma cultura saudável que permita iniciar uma verdadeira reforma educativa. Eles vão desde o exame das relações federativas até o uso de tecnologias, passando pelo financiamento, avaliação e propostas inovadoras para o magistério.

Como diz o autor, reformas educativas eficazes são raras. Não existem balas de prata. Não basta dar o primeiro passo. E esse só leva a resultados se for concebido como parte de uma estratégia viável de longo prazo. Na experiência internacional há um indicador universal: só existe país com educação boa quando se consegue recrutar para o magistério os jovens mais talentosos de cada geração. Esse é um bom indicador para se saber se um país já iniciou sua reforma educativa.

O livro já está disponível na loja virtual da Editora Atlas (professores possuem desconto – basta efetuar o cadastro). A partir da segunda quinzena de novembro, a publicação chega também às livrarias de todo o país.

Sobre o autor

JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA foi secretário-executivo do MEC, professor no Brasil e em universidades no exterior e, como funcionário do Banco Mundial, em Washington, e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, atuou durante 20 anos como consultor de projetos da área de educação em mais de 60 países.

Autor de cerca de 30 livros (entre os quais Pedagogia do Sucesso) e dezenas de artigos científicos, João Batista Araujo e Oliveira é fundador e presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB), organização não governamental criada em 2006 para atuar junto a redes públicas de ensino com foco inicial em promover a efetiva alfabetização das crianças, maior problema da educação brasileira, e programas dirigidos aos anos iniciais e à pré-escola. O IAB, entidade sem fins lucrativos, já alfabetizou mais de um milhão de crianças em redes públicas de mais de 700 municípios brasileiros. O instituto também promove seminários internacionais que trazem ao Brasil alguns dos maiores especialistas internacionais em temas relacionados a educação.

Oliveira é coautor do capítulo sobre alfabetização do relatório Aprendizagem Infantilda Academia Brasileira de Ciências (ABC), publicado em 2011. Em 2003, foi um dos integrantes do grupo internacional de trabalho sobre alfabetização infantil criado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para estudar o tema, tendo sido relator do texto final produzido.